Wednesday, November 29, 2006

Muito sincera

De vez em quando me bate uma urgência em dizer umas verdades. Pra quem não sabe, eu sou do tipo que sempre tem razão e, quando não tenho, custo a admitir que estava errada. Quando eu tenho, rá, é uma festa: faço questão de segurar a minha verdade como quem segura seu cetro, rainha de todos os argumentos. Ganho qualquer discussão.

Mas tem vezes que a minha verdade é usada pra brigar. Pra jogar na cara dos outros que eles estão errado, e que deveriam se envergonhar disso. Não sei bem quando isso acontece, que conjuntura inexistente dos astros me transforma de rainha em lutador de jiu-jitsu, mas de vez em quando eu uso da sinceridade como poder.

Outro dia estava com os dedos digitadores afiados. Escrevi um email esclarecedor para um grupo de amigos, que insistiam em travar uma guerra Lula x Alckmin na lista que usamos para combinar festas e churrascos. O primeiro eu relevei, o segundo eu fingi que não vi, mas no décimo... Foram frases do tipo: "Vocês falam de políticos como quem fala de celebridades de televisão. Como quem guarda recorte de jornal do seu candidato. Acho que a questão deveria ser tratada com mais seriedade".
Como resposta, o silêncio. Recebi uns dois emails de gente que estava fora da briga, e mais nada. Mas a gladiação acabou.

Depois, no mesmo dia, fiz um texto mega sobre certas dificuldades de realizar um trabalho adequado. Mandei para dois chefes, copiado para a assistente deles. Dessa vez, o resultado foi logo visto: me chamaram pra uma conversa em que pude colocar, ponto a ponto, o que estava me incomodando.

Vai ver é por essas e outras que algumas pessoas que trabalham comigo me consideram alguém "de fibra" no que tange ao profissional. Fiquei surpresa quando elas me disseram isso, porque sempre achei que passava a imagem de bebê chorão.

De tudo isso, se conclui: as pessoas vêem o que elas querem. E a sinceridade assusta.

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